domingo, 4 de dezembro de 2011

“...a tua vara e teu cajado me consolam”

Estive, nestes últimos dias, meditando no significado real desta declaração, procurando ir além do que a figura do pastor de ovelhas e seu rebanho sugerem.
O salmista neste trecho (verso 4) do Salmo 23 expõe o instrumento de trabalho de um pastor de ovelhas. Essa figura serve de base para exemplificar o relacionamento entre Deus e o homem, o autor, neste caso.
O termo que mais chamou minha atenção foi “consolo” - proporcionado pela vara e o cajado.
Consolo significa orientação e correção e vem indicada através de uma das “pontas“ do cajado. Por vezes, como se sabe, quando a ovelha está em desacordo com a orientação do seu pastor, ele a cutuca, ou toca as suas pernas, para que corrija os passos. Quantas vezes o Senhor não nos cutuca lembrando-nos que não somos mais donos do nosso próprio nariz e que, em honra e rendição a Ele, devemos submeter nossas vontades a Ele, que nos comprou.  Ele faz assim para que nos livre do mal, otimizemos a caminhada, economizemos nossa energia e mantenhamos qualidade de vida para uma caminhada satisfatória; e não nos esqueçamos dEle.
Mas, além deste significado (sem querer esgotar as sugestões), “consolo” também faz menção a:
Presença. A vara e o cajado mencionados no texto são a referência da ovelha de que seu pastor está por perto. Eles têm seu cheiro e garantem a presença do Senhor Deus em meio a caminhada diária. O Senhor nos garante que se o amamos nos instruirá e orientará, pessoalmente! A presença da vara e do cajado é a evidência da presença toda-suficiente do Deus verdadeiro. Foi por isso que escreveu: “... pois (sei que) o Senhor está comigo”.
Cuidado. Há uma frase muito conhecida em nossa época que diz: “Quem ama, cuida”. A ovelha é um dos animais mais inocentes que há.  São frágeis e indefesos. Alguns até dizem que são animais “bobos” tal o grau da sua simplicidade e inocência. Ainda sim, o seu pastor está por perto para que supra esta “deficiência”. Quantas vezes não nos sentimos completamente incapazes de zelar por nós e por aqueles a quem amamos? A vara e o cajado também são evidências de que o Deus que nos ama, também supre as fraquezas que sentimos - ainda que nos sintamos fortes de caminhar sozinhos. (“Deitar-me faz em verdes pastos...”)
Confiança. Quem já presenciou, sabe da tranquilidade que um animal sente quando está próximo a seu dono. Isto é reflexo da “confiança” que deposita nele. É o melhor lugar para se estar. A vara e o cajado são instrumentos que transmitem confiança a nós, pois nos permitem descansar serenos como crianças, confiando que Deus vela nosso “sono”. Vemos isso em: “Certamente a bondade e a misericórdia (do Senhor) me seguirão todos os dias da minha vida.”
Tranquilidade. Quando estão sendo guiadas por seu pastor as ovelhas não temem o mal. Isso faz com que vivam tranquilas, forneçam mais lã e vivam menos estressadas. A tranquilidade que o Senhor presenteava o salmista era tal, que pôde dizer: “O Senhor é o meu pastor, e não tenho falta de nada”; “Ainda que eu passe por um vale escuro, não temerei...”; “Guia-me mansamente às águas tranquilas”.
Salvação. Livramento, é do que mais precisam as ovelhas. Por suas características, quando perdidas, não sabem o caminho de volta. Como voltar atrás em suas andanças? O mesmo ocorre conosco. Quantas vezes nos encontramos em meio a indecisões e perigos, e não sabemos o caminho de volta? Isto foi o que motivou Davi escrever: “Ainda que eu andasse em lugar escuro, eu não temerei, pois Tu sabes o caminho de volta...”, “...o melhor caminho...” (minha paráfrase).
Eu poderia continuar fazendo diversas considerações para o termo “consolo”. O mais importante de tudo isto é que o Senhor Deus está “à porta”. Ele, e somente Ele, representado pela vara e o cajado, sabe consolar as nossas vidas. Somente Ele poderá prover correção e orientação. Só Ele está sempre, em todo tempo, conosco a gerar confiança e tranquilidade. Somente Ele pode cuidar “de verdade” das nossas vidas. Só Ele poderá salvar-nos quando estivermos em apuros.
Lembre-se disso: “Jesus disse: Estou à porta...”. Ele está por perto. Se você abrir “a porta” Ele poderá lhe consolar e lhe ensinar o Caminho perfeito.

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