"Não sou mais o mesmo, eu mudei... Agora, só tenho um amor (...): eu!"
Essa foi uma das frases que ouvi, seguida das boas risadas do autor, na semana passada! Se por um lado senti-me constrangido com ela, por outro não poderia esperar reação diferente de um incrédulo, na realidade um exemplar da população de enfatuados, auto-suficientes, zombadores, presunçosos e.... deixe-me parar por aqui!).
Pouco depois, desta mesma pessoa, ouvi: "A vida só vale a pena ser vivida quando se faz algo pela (própria) vida". Desta vez a declaração veio num "ar" melancólico e encharcado de cinismo e beboche... (seguida de uma risadinha maldosa, obviamente!)
Em poucos minutos uma mesma pessoa dispara duas "preciosidades", demonstrando o alto grau de egoísmo e, ao mesmo tempo, desprezo ao próximo (ainda que o "próximo" não fosse eu). Bem a característica dele: egocêntrico, porém inseguro!
Entristeceu-me profundamente. Principalmente por minha mente inquieta, e cheia de indignações pelos acontecimentos no cenário político e social da grande nação de brasileirinhos - repleta de bandidos e corruptos, assassinos e ladrões, enganadores e aproveitadores de alheios -, que imediatamente confrontou meu coração, pois num deles, na mente, eu racionalizava a atitude bestial de um ser humano (se podemos atribuir-lhe essa classificação), mas com o coração eu me contorcia querendo reagir indignado aos berros a esta "consciência" desumana que ventilava essas porcarias aos meus ouvidos... Conti-me.
Aquele termo "besta humana" nunca fez tanto sentido para mim quanto naquele momento. Tangibilizáva-o.
Esta experiência pintou um quadro à minha compreenssão. A partir dela, comecei a crer que Deus enchergou-nos, no passado, como "bestas humanas" carentes de vida de verdade! Alguém a havia roubado! Era como uma visão horripilante e atordoante, mesmo para um Deus todo-poderoso! Lembrei-me dos filmes de terror nos quais o inferno vem à superfície e aterroriza a todos com demônios tripudiando da realidade humana, da sua dignidade, da sua decência, do seu bom senso...)
Diante daquela realidade, era imperativa uma ação de Deus. Devolver vida a quem não a tinha. Dignidade, a quem não mais conhecia seu significado. Decência e bom senso a quem fora criado para a decência e bom senso. Humanidade, a quem deveria estar intrínseco o ser humano.
O resto da história você já conhece. Deus enviou Seu Filho para que devolvesse à humanidade seu direito de ser humana! Sim, direito! Ele morreu, ressucitou e há de voltar, conforme prometeu.
Eu me perguntei - e dirijo as perguntas a você: Já tenho vivido em meu direito de ser humano? Quais dos meus comportamentos ainda revelam minha condição de "besta humana" fazendo com que Deus tenha o mesmo sentimento de nojo que sentiu ao ver "bestas humanas" aos montes?? Por quais das minhas ações, pensamentos, atitudes e palavras isto tem ocorrido? Tenho gerado este nojo nEle novamente "enquanto" vivo? Por quê? Não compreendo a real ação de Deus em favor da humanidade?
O conflito entre meu coração e mente continuam. Não acabaram, e talvez nunca acabem, pois somente desse modo conseguirei questionar-me a mim mesmo continuamente, como num olhar-me ao espelho, avaliando se minha imagem de "besta humana" tem sido desconfigurada através da vida de Cristo em mim. Entretanto, começo a agradecer a Deus por me sentir assim...
Que eu seja incapaz de levar O Senhor Deus relembrar do nojo que teve por minha condição bestial quando decidiu me alcançar e me salvar de ser uma "besta humana" sem vida, concedendo-me condições de ser humano!
Grato por Sua intervenção por nós, oro que ocorra o mesmo com você.
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