terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cristianismo atual...

"Nos círculos cristãos, o otimismo é tipicamente edificado sobre a idéia de que o propósito central de Deus é o de nos abençoar com o tipo de vida que desejamos ou transformar a cultura num ambiente mais acolhedor para os cristãos. Os conselheiros se especializam em solucionar nossos problemas e aliviar a nossa dor. Os líderes cristãos nos dizem que nossas orações, ativismo e influência, combinados, farão nossa nação mudar de rumo e introduzirão uma sociedade piedosa. Ambos os grupos podem ser culpados de nos distrair do verdadeiro chamado de Deus.

Nossas vidas individuais e nossas comunidades cristãs é que precisam mudar de rumo. Precisamos aprender a continuar servindo a Cristo quando os problemas vêm e a nos achegarmos mais a Ele em meio a um sofrimento sem tréguas. Qualquer influência que tenhamos sobre a cultura deve ser produto de uma profunda paixão por Deus, uma paixão que nos transforme em pessoas atraentemente diferentes e nos mantenha lutando, juntos, em uma comunidade que é imperfeita mas, genuinamente, amorosa.

Promover causas sociais é muito mais fácil do que encontrar a Deus. Lutar por padrões cristãos, às vezes, parece envolver uma beligerância que compromete a humildade, ou, uma agressão, que se disfarça de coragem. E trabalhar para vencer nossos problemas pessoais requer menos de nós do que buscar a Deus de todo coração. Nem promover causas sociais, nem solucionar nossos problemas desperta o tipo de auto-consciência que nos faz saber que o verdadeiro problema está dentro de nós.

Tornar-nos pessoas piedosas não é uma questão simples, a menos que se defina piedade como simplesmente evitar o pecado óbvio (e conseguir que outros façam o mesmo) ou como solucionar nossos problemas de modo que os sentimentos agradáveis retornem - sentimentos estes que, então, poderemos chamar de vitória.

Mas, quando a piedade é compreendida como algo para se desenvolver uma paixão por Deus - que transforma continuamente a maneira de nos relacionarmos com os outros - ela nos torna dispostos a adiarmos o conforto pessoal para uma data posterior. Essa piedade desperta, em nós, o desejo de conhecermos a Cristo, que é mais forte do que qualquer outro desejo e nos mostra que, nós mesmos, somos os nossos maiores inimigos. Assemelharmo-nos a Cristo torna-se uma ambição que nos consome.

A grande necessidade de nosso dia não será obtida pelo treinamento de mais conselheiros. Não será suprida por líderes nos chamando para nos juntarmos à luta contra a poluição moral da nossa sociedade.

A maior necessidade no nosso mundo, hoje, é simplesmente esta: homens e mulheres piedosos que possuam e demonstrem uma qualidade de vida que reflita o caráter de Deus e que desperte curiosidade nos outros sobre como eles também podem conhecer bem a Deus."




"O Silêncio de Adão", de Larry Crabb

Nenhum comentário: